Aquaman – uma farofa deliciosa e divertida

Aquaman diverte num universo multicolorido e traz de volta herói estilo machão dos filmes de ação da Tela Quente.  

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Desde o Batman Begins, o mundo dos super heróis começou a ficar mais sombrio, dramático e sério. É aquela coisa que sempre acontece com Hollywood: um filme dá certo, todo mundo entra na mesma onda. Os filmes da DC, principalmente, entraram em uma estética totalmente sombria e sempre com histórias tentando mostrar um lado mais sério e tenso dos heróis. E mesmo os da Marvel, que sempre inseriram bem elementos de humor, insistiam em focar mais nos conflitos dos personagens que na diversão nua, crua e colorida dos blockbusters.

Isso começou a mudar com Guardiões da Galáxia, que foi totalmente fora da curva do que vinha sendo feito, com muitas cores, piadinhas por toda parte, e tudo ao som de uma trilha sonora maravilhosa, trazendo de volta a diversão despretenciosa às telonas. Thor Ragnarok repetiu a fórmula multicolorida e engraçada e também deu super certo (na verdade, finalmente eles encontraram o tom de filme que esse herói precisa pra funcionar, porque todos os outros são muito cansativos – minha opinião).

Aquaman segue na mesma linha, mas conseguiu ir um pouco mais além, adicionando toda a farofada dos filmes de ação dos anos 80, com closes aleatórios, um héroi musculoso, beberrão, cheio de tatuagens e exalando toda aquela coisa de macho digna de um filme no auge do Schwarzenegger. E esse é o maior mérito de Aquaman: não se levar a sério em nenhum momento.

O filme flerta com a breguice o tempo inteiro, mas faz isso muito bem. Eles caíram de cabeça nos trajes holográficos e coladinhos, abusaram das cores nos cenários e fizeram cavalos marinhos que mais parecem dragões, fora as tatuagens tribais por todo o corpo do Jason Momoa (que ano é hoje?). Mas é justamente todo esse cenário de capa de CD de banda de metal misturado com surfistas que faz a gente se encantar com a história, porque vamos admitir, é preciso muita coragem pra reunir tudo isso num filme em 2018.

Ironicamente, o diretor desse filme nada sombrio é o James Wan – responsável pro vários filmes de terror, incluindo Jogos Mortais e Invocação do Mal, A Freira e Anabelle. Ok, em 2015, ele dirigiu também Velozes e Furiosos 7, mas mesmo assim é um pouco impressionante que ela tenha feito algo tão diferente, e mais impressionante ainda que tenha feito bem isso.

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Para finalizar, a história é envolvente, as cenas de ação são ótimas e o mais legal é que eles conseguiram fazer a gente se interessar, gostar e torcer pelo Aquaman, o herói mais zoado do universo da DC, conhecido por ser um fracote com uma roupa ridícula cujo único poder é falar com os peixes. Apostar num visual de surfista metaleiro para o protagonista e abraçar toda a breguice possível talvez tenha sido a melhor saída realmente para isso. No final das contas, não se levar a sério foi a forma mais inteligente de fazer a gente levar o Aquaman a sério.

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O que esperar do filme

Vá pro cinema com a certeza de que você vai se divertir. O filme tem uma ótima jornada do herói e ganha pontos por ter um protagonista tão carismático e autêntico como Momoa – que chega a ser um refresco para a nossa mente depois de tantos super heróis tentando nos convencer que são tão mais que apenas homens fortes que salvam o mundo. Ele só tá ali pra resolver a situação mesmo e se diverte enquanto faz isso.

Fora isso, o texto é muito engraçado e os personagens tem química entre si – inclusive Momoa e Amber Heard, para a minha surpresa, são muito bons juntos! Também é muito divertido conhecer Atlantis – que parece uma mistura do império grego, com a Nasa, a Fenda do Biquine e uma rave.

Mas não espere muito nada além de uma história surreal com boas cenas de ação e bom humor.

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As coisas que eu mais gostei – SPOILER ALERT!!!!

Jason Momoa sem camisa – eu sou humana, né gente?! Fora isso, como eu já disse, isso ajudou a dar uma moral a mais pro personagem.

Nicole Kidman – Eu não sei como ela foi parar nesse filme, mas as participações dela são muito engraçadas. A cena de ação dela foi a minha favorita e eu amei o fato dela parecer uma debutante, surgindo do nada, sempre com um traje super elaborado diferente.

O casal principal – Eu, como fã de uma boa comédia romântica, amo bons casais em filmes. Confesso que a última coisa que eu esperava em Aquaman era um casal legal, mas ele e a Mera são ótimos parceiros juntos. Ao longo do filme, eles vão ganhando o respeito e a admiração um do outro e é muito bom de acompanhar isso.

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A coisa que eu não gostei – SPOILLER ALERT!!!

O vilão – o irmão do Aquaman é muito chato, retrato do branco privilegiado mimadinho que quer poder por poder – e chega a encher o saco várias vezes. Mas o que mais me deixou embasbacada foi o final. Ele vê a mãe dele e fica de boa DO NADA, e se deixa ser preso DE BOA, tendo a epifania mais rápida do universo e vendo que ele estava errado mesmo e TUDO BEM o Aquaman virar o rei e mestre dos mares – algo por qual ele lutou o filme inteiro. Tudo isso em uns 15 segundos. O vilão mais promissor foi o Arraia Negra, mas aparentemente ele só terá uma trama mais digna em outro filme.

 

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